Tonturas e desequilíbrio – O que fazer?

A vertigem e o desequilíbrio representam dois dos sintomas mais comuns na prática clínica diária e são dos motivos mais frequentes a gerar necessidade de recorrer às urgências. 

A vertigem é um sintoma particularmente angustiante para o utente, pela sensação de incapacidade e insegurança que provoca. Pelo facto de estar muitas vezes associada a níveis de ansiedade extrema pode levar à conclusão  de que a vertigem é causada pela ansiedade e não o contrário.

Fisiologicamente, o equilíbrio utiliza 3 aferências sensoriais: vestibular, visual e propriocetiva. Todas estas informações são enviadas ao Sistema Nervoso Central, onde são comparadas, arquivadas e hierarquizadas para ser definida uma ordem motora: a estratégia de equilíbrio necessária a evitar a queda.

Havendo uma alteração no sistema vestibular, podem surgir vários tipos de sintomas: nistagmus espontâneo, desequilíbrio, vertigem, náuseas, acufenos, alterações da visão, oscilopsia,.. Uma das características desta patologia é a sua interdisciplinaridade, que faz com que não seja fácil ao utente saber qual a especialidade a que deve recorrer para melhor resolver o seu problema. 

A nível do diagnóstico, são consideradas duas categorias: síndrome vertiginoso de origem periférica e síndrome vertiginoso de origem central. As causas mais comuns de origem periférica são: Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), Neurite Vestibular, Doença de Meniére, Labirintite, entre outros.  As causas mais comuns de síndrome vertiginoso de origem central são: AIT (Acidente Isquémico Transitório), AVC (Acidente Vascular Cerebral), tumores cerebrais, entre outros. 

A VPPB é a causa mais frequente de vertigem. O sintoma mais importante é o episódio de sensação de rotação, por alguns segundos, causada por alteração da posição da cabeça. Movimentos simples, como o girar na cama ou levantar, podem causar a vertigem, muitas vezes associada a náusea. Fisiologicamente, acontece que algumas partículas (os chamados “cristais”), deslocam-se para os canais semicirculares no ouvido interno. O tratamento passa por, após a avaliação, do médico ou Fisioterapeuta, realizar manobras, que visam o movimento dos cristais de volta para o local de onde vieram. 

A reabilitação vestibular como forma de tratamento das perturbações de equilíbrio, e em particular da vertigem, surgiu nos anos 40. Atualmente, através do desenvolvimento de técnicas de avaliação funcional, procura ter conhecimento do tipo de lesão e os défices funcionais associados, para a partir desse ponto definir as estratégias de intervenção. 

Se se identificar com estes sintomas ou tiver alguma dúvida, não hesite em contatar-nos.

Fisioterapeuta Mariline Ferreira
Cédula profissional “C-045970076″

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